Por Fábio Santhiago
A gira começou exatamente as 16h e como faz parte do nosso ritual, cantamos para Ogum pedindo a proteção desse grande guardião para os trabalhos daquele dia.
Posteriormente, para abrir e comandar a gira, recebemos a presença do S. Rei Congo, preto velho do nosso dirigente Filipe Cunha.
S. Rei Congo sabiamente determinou o início então com as consultas a nossa assistência. Juntos estavam a Vovó Cambinda e Pai Jurandir das irmãs Jaqueline e Taísa e também para somar mais um pouquinho tivemos a presença do tão formoso Pai Antônio do Cativeiro que trabalha manifestado a nossa irmã Ana Maria.
Pai Antônio que acompanha nosso dirigente desde o início de sua caminhada pela Umbanda, prestou ajuda a todos os médiuns da casa e nos deixou ainda mais apaixonados pela sua doçura e palavras tão sábias.
Após as consultas, ao toque dos nossos Ogans Anderson e Thiago com o formoso ponto “Estende a mesa põe a toalha, entende a mesa põe a toalha, Oxalá mandou eu dou, Oxalá mandou eu dou...” foi servida a nossa deliciosa feijoada “de preto velho” que durante aos cantos e toques foram recebendo a energias boas ali emanadas para que servida a cada pessoa presente pudesse ser trabalhada a necessidade de cada um.
Eu e alguns médiuns da casa ficamos ali sentados no chão servindo a feijoada e o mais incrível de tudo foi a grandiosidade de energia que estava naquele terreiro. Estar sentado aos pés dos pretos velhos me deu a sensação de voltar a um tempo que nem mesmo eu sei se vivi. Me fez pensar em tudo que estudamos sobre eles e o que ouvimos eles falarem de suas outras vidas quando trabalhavam nas senzalas e tudo mais.
A emoção foi forte, a energia maravilhosa e tenho certeza que todas as pessoas que foram e presenciaram aquela gira, receberam grandes bençãos e foram, assim como eu, privilegiados por estar tendo essa grande oportunidade de aprendermos cada vez mais a sermos humildes e procurar nunca a perfeição, mas sim a evolução diária para que possamos nos tornar seres melhores.
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